LBV - Legião da Boa Vontade
O nome "Legião da Boa Vontade" tem origem em uma tradução errada do texto de Lc 2:14 : "Glória a Deus nas alturas, paz na terra para os homens de boa vontade". A tradução correta, no entanto, não deixa dúvidas de que a Boa Vontade é de Deus, não dos homens. Líder fundador: Alziro Zarur (25/12/1914 - 21/10/1979). Zarur era filho de um casal de católicos ortodoxos que viera da Síria. 1926, Zarur, aos doze anos de idade, inicia sua carreira de locutor. Neste ano, diz ter recebido uma revelação de Jesus, dando-lhe a missão de revelar e pregar o Novo Testamento no sentido oculto e prático. 1949, lança o programa "Hora da Boa Vontade". 1950 - no dia 01/01 a LBV é organizada oficialmente. 1959 - no dia 5/09 institui a "Religião do Novo Testamento".
Segundo o regimento interno, "fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, baseada em Jo 13:34 e no Evangelho, tendo por finalidade a pregação do Evangelho". A proposta: "Sendo uma religião simbólica, não terá hierarquia nem liturgia; não terá bens materiais nem templos: a igreja do legionário é a sua própria casa, e cada legionário é o templo de Deus"
1959 - no dia 07/09, proclama o sentido prático do Novo Testamento: "Ou as religiões se irmanam em nome de Deus, ou o materialismo ateu as devora, à proporção que elas se combatem e se devoram, fortalecendo seu inimigo mortal, que nega a existência de Deus e a imortalidade da alma".
Zarur fez três juramentos em vida, diante dos microfones: Voto de pobreza, celibato e não envolvimento político. Não cumpriu nenhum: montou uma imensa fortuna sob o manto da LBV, casou-se e, depois, candidatou-se à Presidência da República.
Após a morte de Zarur, o seu secretário José Simões de Paiva Neto (02/03/1941 - ), assume a presidência da LBV. Paiva Neto promoveu um verdadeiro culto à personalidade de Alziro Zarur: "Alziro Zarur está vivo enquanto a LBV executa sua idéias".
As doutrinas da LBV. As obras assistenciais da LBV fazem com que ela tenha um enorme prestígio perante à sociedade. Mas, por trás do cuidado com o corpo está um doutrinamento severo do espírito e da mente.
Zarur se entendia como a reencarnação de Allan Kardec, por isso afirmou: "O espiritismo não deu a última palavra". No livro Jesus, a Saga de Alziro Zarur, vol 2, Zarur reiteradas vezes afirma ser a reencarnação de Allan Kardec. Por isso, Paiva Neto afirmou: "Zarur e Kardec são um no Cristo de Deus" Para a LBV Allan Kardec não concluiu sua obra e, por isso, Alziro Zarur veio completá-la. É em conseqüência dessa crença que a LBV se intitula "A Quarta Revelação de Deus aos homens". Como tal, a LBV se considera a última revelação de Deus e alega ser um tipo de religião ecumênica onde se fundem todas as religiões humanas: "A religião divina, em que se fundem todas as religiões humanas, ensina: religião, filosofia, ciência e política e são quatro aspectos da mesma verdade - Deus" ( Livro de Deus, p.23).
As quatro revelações são assim descritas: "
1ª) a de Deus, confiada por Jesus a Moisés, contida no dez mandamentos;
2ª) a de Jesus, trazida pessoalmente por ele, e que está nos quatro evangelhos;
3ª) a dos espíritos, cujos instrumentos foram no sec. XIX, Kardec e Roustaing;
4ª) a de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, que é a Revelação do Novo Testamento ou do Amor Universal, incluindo o apocalipse de Deus, dado por João por Jesus na ilha de Patmos e agora integralmente revelado ao mundo pelo Espírito da Verdade. Só mesmo a LBV, o campo neutro do Cristo, poderia fazer esta unificação"
(Jesus, a Saga de Alziro Zarur, vol 3)
O que é o Espírito Santo para a LBV: "O Espírito Santo, de modo geral, não era – e não é — um Espírito Especial, mas uma designação figurada, que indicava – e indica – o conjunto dos espíritos puros, dos espíritos superiores e dos bons espíritos. É a Falange Sagrada, instrumento da ordem hierárquica da elevação moral e intelectual, ministra de Deus – uno, indivisível, eterno, infinito – que irradia por toda a parte" (idem, vol 2, p,123).
O que é a Bíblia para a LBV: Para a LBV, a Bíblia é repleta de contradições e, por isso afirmam: "Ora, isso explica a necessidade das revelações progressivas, cuja finalidade (traçada pelo próprio Jesus) é corrigir e atualizar a parte humana da Bíblia Sagrada. Portanto, com todos os erros, de origem humana, a Bíblia contínua certa, como demonstra a Doutrina do Céu da LBV" ( Jesus, a Saga de Alziro Zarur, vol. 2, p.86)
O que é Jesus para LBV: "Há quase dois mil anos, Jesus ensinou a verdade, mas não toda a verdade. Isto ele o declarou com muita clareza, firmando o princípio das revelações progressivas". (idem,vol 2).
Para a LBV, Jesus não tinha um corpo real, mas um corpo ilusório: "Jesus não poderia nem deveria , conforme as imutáveis leis da natureza, revestir o corpo material do homem do nosso planeta, corpo de lama, incompatível com sua natureza espiritual, mas com um corpo fluídico, apto a longa tangibilidade, formado segundo as leis das esferas superiores, por aplicação e conformação dessas leis aos fluidos ambientes de nosso planeta" (ibdem, p.108). (Veja tão somente 1 Jo 4:1-3).
Jesus, na concepção da LBV, não é Deus: "Agora, o mundo inteiro pode compreender que Jesus, o Cristo de Deus, não é Deus nem jamais afirmou que fosse Deus" (Jesus, a Saga de Alziro Zarur vol 2, p.112).(veja 1 Jo 1:22). Embora neguem a divindade de Jesus, sempre enaltecem sua personalidade e seu ensino moral, ao defenderem a doutrina moral de Jesus, o fazem como forma de apaziguar a negação de sua divindade.
Como o ensino de Jesus é meramente moral, a expiação é ridicularizada: "Jesus veio para morrer por nós ou para viver por nós? Portanto, Jesus, que não morreu por nós, mas viveu por nós, está mais vivo do que nunca na direção do planeta que ele próprio criou". (idem, p.99).
A LBV e a reencarnação: A LBV aceita a reencarnação como verdade irrefutável: "Só a reencarnação e os séculos de expiação, reparação e progresso poderiam preparar as inteligências e os corações de maneira a fazer deles odres novos, capazes de conservar o vinho novo" (idem, p. 259)
Negando o sacrifício vicário de Cristo e confessando a reencarnação, a LBV afirma que a salvação (evolução no plano espiritual) acontece tão somente pelas boas obras. (Fora da caridade não há salvação)
O que adianta obras sem Fé? (Mc 16:15-16; Hb 11:6). A salvação é pela graça mediante a fé (Ef 2:8-9). A fé verdadeira, conquanto, resulta em caridade (Mt 22:39; 1 Co 13:3; Tg 2:14-17; 1 Jo 4:20-21).
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